A Nova Era – Semanas #164-165: foco no pior
As chuvas em Petrópolis (RJ), o caminho que leva às eleições de 2022 e a visita de Bolsonaro à Rússia.
Tudo isso e muito mais no resumo das semanas #164 e #165 do governo Bolsonaro.
The following takes place between feb-15 and feb-28
Desastre anunciado
Um forte temporal atingiu Petrópolis (RJ) e matou centenas de pessoas. Esta não é a primeira vez que a região é atingida por esse tipo de tragédia neste século. Se o país continuar ignorando a necessidade de realizar uma grande revisão nas suas políticas de urbanismo, também não será a última.
Bolsonaro mandou um “fica bem aí” da Rússia. Os moradores, sem ajuda rápida do poder público, peregrinaram pelos escombros em busca de roupas, alimento e parentes desaparecidos no meio do mar de lama.
Quadrilha
Bolsonaro se reuniu com Putin no pior momento possível, disse que o Brasil é “solidário à Rússia” e insinuou que ele mesmo foi o responsável por acabar com a crise do país com a Ucrânia.
Putin invadiu a Ucrânia.
O Itamaraty adotou uma postura condizente com a tradição brasileira.
Bolsonaro insistiu no apoio à Rússia.
Devagar e sempre
As médias móveis de casos e mortes por covid-19 continuam, na base da vacina, a cair. Infelizmente, não na velocidade que poderia ser possível: por falta de imunizante, cidades como o Rio de Janeiro estão aplicando novas doses de vacina em uma velocidade muito inferior à necessária para sairmos da pandemia antes da páscoa.
Teste em casa
Na frente das notícias positivas, a Anvisa concedeu o primeiro registro de autoteste para covid-19 no Brasil. A venda do produto já tinha sido liberada em janeiro, mas todos os fabricantes precisam aprovar o seu teste na agência antes de colocá-lo nas prateleiras das farmácias.
Pequenas notas do Quinto dos Infernos
O Tribunal de Contas da União aprovou a privatização da Eletrobras.
A PM carioca adora abordar negros.
Mario Frias, secretário especial da Cultura, é a prova de que a mamata e a esculhambação não acabaram.
O Banco Central quer regulamentar o supostamente irregulamentável mercado de criptomoedas.
Romeu Zema, governador de Minas Gerais, deu aumento para os PMs para que eles não fizessem protesto (ilegal) por aumento. Os PMs protestaram.
A Petrobrás atingiu o maior lucro da sua história.
O fim do julgamento sobre a abrangência da cobertura obrigatória dos planos de saúde ficou para outro dia.
O único acordo assinado por Bolsonaro e Putin serviu para tornar a vida de arquivista mais fácil.
O general Fernando Azevedo e Silva desistiu de assumir o cargo de diretor-geral do Tribunal Superior Eleitoral.
O Telegram lembrou que a Justiça brasileira existe.
Porta da esperança
As pesquisas continuam reforçando que os caminhos para a Frente Ampla Liberal Isentona Unificada (F.A.L.I.U.) chegar ao planalto são tão curtos quanto cabeça de agulha. Diante desse cenário pouco favorável, os membros do grupo já começaram a perceber que talvez seja a hora de se abraçarem em uma chapa única.
Os primeiros passos nesse sentido foram dados por MDB e PSDB, que podem retirar os nomes de seus pré-candidatos e formarem uma chapa única. Até aí, tudo bem. O problema é definir quem será o/a cabeça de chapa.
Briga de amigo
Já o ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro atacou a Polícia Federal. Os policiais, obviamente, não gostaram e publicaram nota atacando o pré-candidato à presidência. Se Moro quer ser o candidato anti-corrupção, talvez será de bom tom evitar problemas com os agentes da Justiça, como os do TCU.
Um carguinho pelo amor de Deus, um carguinho por caridade
No grupo dos prováveis vencedores, o PSD continua rifando o seu apoio ao Lula por um valor muito caro. Agora, Gilberto Kassab articula para que Eduardo Leite seja o seu candidato à presidência. Olhares mais inocentes até acreditariam que o partido quer mesmo encarar a bronca que é governar o país, mas todo mundo sabe que o que Kassab quer mesmo é o Ministério das Cidades de volta.